Analise possíveis pivôs de negócio

Mudar de direção no meio do caminho não é fraqueza. É sobrevivência. Muitas empresas que crescem rápido e queimam mais rápido ainda falham justamente aqui: não sabem a hora de pivotar. Ou pior, fazem isso no escuro, baseadas em “feeling” ou em um PDF bonito do board.

Esse tutorial é para evitar que você entre nessa estatística.

A gente vai usar um exemplo fictício, mas plausível: a FinOS, um app de finanças pessoais all-in-one voltado para millennials e Gen Z. Modelo freemium, foco em B2C, promessas de organização financeira que nunca acontecem. Clássico.

Vamos usar IA (especificamente, Claude) para analisar se a FinOS deveria pivotar, para onde, como, com quais riscos, e o que fazer a respeito.

‍

O que você vai fazer aqui:

• Descrever seu modelo de negócio atual e gerar possíveis caminhos de pivot
  
  
• Criar cenários de mercado para testar essas hipóteses
  
  
• Fazer uma análise SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) com a ajuda da IA
  
  
• Entender o que seria necessário para colocar o pivot em prática (dinheiro, gente, tecnologia etc.)
  
  
• E, claro, montar uma estratégia realista de mitigação de riscos
  
  

Vamos lá.

‍

Passo 1: Descreva seu modelo atual com a frieza de um laudo médico

Abra o Claude e cole esse prompt (substituindo os campos entre colchetes):

Prompt:

Analise este modelo de negócio e sugira opções de pivot:

1. Setor: [ex: SaaS, e-commerce]


2. Público-alvo: [ex: B2B, B2C]


3. Proposta de valor: [ex: automação de processos]


4. Fontes de receita: [ex: assinatura mensal]


5. Recursos principais: [ex: tecnologia proprietária]


6. Principais desafios: [ex: saturação de mercado]


Sugira três opções de pivot com breve justificativa para cada uma.

‍

💡 Dica cruel, mas útil: Seja honesto(a). Nada de esconder os problemas. Claude só trabalha bem quando você entrega a real.

‍

Passo 2: Crie cenários de mercado e veja se suas ideias sobrevivem

Você precisa entender como cada ideia se comporta em diferentes condições externas. O nome bonito pra isso é cenarização estratégica, mas a ideia é simples: “E se o mundo virar do avesso amanhã?”

Use Claude para gerar 3 cenários com base em:

• Condições econômicas: [ex: recessão global ou crescimento pós-pandemia]


• Tendências do setor: [ex: migração para trabalho remoto]


• Concorrência: [ex: um app chinês gratuito invadindo seu mercado]


• Comportamento do consumidor: [ex: aumento da demanda por personalização]

‍

Para cada cenário, peça que Claude responda:

‍

1. Como fica o mercado nesse cenário


2. Como sua empresa atual se sairia


3. Como cada opção de pivot se comporta
   
   

Resultado: você começa a ver qual ideia é frágil, qual sobrevive e qual pode até se beneficiar do caos. Útil, né?

‍

Passo 3: Peça um SWOT decente pra cada pivot

Sim, aquele clássico que todo mundo aprendeu na faculdade e ignorou depois. Aqui, ele volta com reforço de IA e utilidade prática.

Peça ao Claude:

• Pontos fortes de cada pivot


• Fraquezas internas


• Oportunidades externas


• Ameaças reais

‍

Depois compare os três. Algum se destaca? Algum fede a encrenca desde já?

‍

Passo 4: Entenda o preço real de mudar de rumo

Agora vem a parte que a maioria pula: a operação. Porque pivotar não é só mudar o slide do pitch.

Escolha a opção mais promissora e peça ao Claude:

1. Quais recursos você vai precisar:


   • Financeiros


   • Humanos


   • Tecnológicos


   • Parcerias estratégicas


2. Qual o impacto disso tudo na empresa:



   • Na estrutura


   • Na cultura


   • No produto


   • No relacionamento com clientes


3. Quanto tempo vai levar? Em fases. Sem mágica.


4. Que desafios podem aparecer? E como contornar.

‍

💡 Lembrete: Se esse pivot contradiz os valores centrais da sua empresa, melhor pensar duas vezes. Não adianta virar banco se você nasceu pra ser ferramenta de controle pessoal.

‍

Passo 5: Antecipe o desastre e prepare os extintores

A última etapa é aceitar que algo vai dar errado. Porque sempre dá.

Peça ao Claude:

1. Quais são os 5 principais riscos do pivot


2. Para cada risco:


   • Impacto (baixo / médio / alto)


   • Probabilidade (baixa / média / alta)


   • Estratégia de mitigação


3. Quais os planos B, C e D caso algo saia do script


4. Quais KPIs acompanhar para saber se está tudo indo pro buraco, ou pro IPO



Exemplo: “Se em 3 meses a taxa de conversão no novo segmento não passar de 1%, revisar tudo.”

‍

Checklist resumido

✔️ Defina o modelo de negócio atual com clareza (sem floreios)
✔️ Gere 3 opções de pivot com ajuda da IA
✔️ Crie 3 cenários de mercado e teste cada pivot em cada um
✔️ Faça uma análise SWOT pra cada opção
✔️ Escolha a melhor e levante os recursos necessários
✔️ Entenda o impacto organizacional e cultural
✔️ Mapeie riscos, crie planos de contenção e defina KPIs

‍

Com isso, você tem não só uma decisão bem-informada sobre se (e como) pivotar, mas também um plano de guerra, caso a coisa fique feia.

E se nada disso fizer sentido pra você, talvez o problema não seja o pivot.

Talvez seja o negócio.

‍